Como Está a Saúde da Sua Gengiva?

Como está a saúde da sua gengiva? No mundo inteiro a doença bucal que afeta a maioria dos adultos chegando a atingir 3 de 4 adultos não é a cárie, é a doença Periodontal. Essa doença é silenciosa e se inicia como uma discreta gengivite.

Em estágio avançado ela se transforma em periodontite, que destrói os tecidos de suporte dos dentes podendo causar a perda dos dentes total ou parcialmente. A maior causa da perda de dentes nos adultos é por causa da periodontite.

Essa doença também pode trazer prejuízos para a saúde geral através das toxinas produzidas pelas bactérias que destroem os tecidos de sustentação. Aprenda a reconhecer alguns sinais relacionados à saúde da gengiva.

Gengivas Fortes e Com Saúde!
Gengivas Fortes e Com Saúde!

Como saber se minha gengiva é saudável?

1. Cor: A cor normal da gengiva saudável varia de rosa claro a rosa avermelhado, dependendo da pigmentação individual. É importante observar se há uma cor uniforme em toda a gengiva.

2. Textura: A gengiva saudável geralmente tem uma textura firme e resiliente. Ela deve estar lisa e aderida firmemente aos dentes, sem apresentar inchaços, retrações ou pontos doloridos.

3. Contorno: O contorno da gengiva saudável segue uma linha uniforme ao redor de cada dente. As margens gengivais devem ser consistentes e simétricas, sem áreas de irregularidade.

4. Ausência de sangramento: Ao escovar os dentes ou passar fio dental, uma gengiva saudável não deve sangrar. O sangramento pode ser um sinal de inflamação gengival, como gengivite.

5. Ausência de dor: A gengiva saudável geralmente não causa dor ou desconforto. Se você sentir dor ou sensibilidade na gengiva, pode ser um sinal de um problema subjacente, como infecção ou doença periodontal. Portanto não caia na conversa que “é normal” !

6. Firmeza: A gengiva saudável é firme ao toque. Quando pressionada levemente com um dedo, ela deve retornar à sua forma original rapidamente.

7. Ausência de inchaço: A gengiva saudável não apresenta inchaço ou edema. Se você notar uma área inchada ou com aspecto “inchado” na gengiva, pode ser um sinal de inflamação ou infecção. Por exemplo, este vídeo é bem esclarecedor.

8. Retração gengival mínima: A gengiva saudável cobre a raiz do dente de forma adequada, sem mostrar uma retração significativa. A exposição da raiz é chamada recessão gengival e pode ser causada por escovação muito forte ao longo de anos associada a problemas anatômicas da gengiva que potencializam este fenômeno. Mas pode ser também um sinal de doença periodontal.

Aspecto de uma gengiva com saúde.
Aparência de uma gengiva com saúde: rosa claro, sem sangramento e sem recessões.

Como está a saúde da sua gengiva?

Gengiva dos Fumantes

Uma das formas de identificar a presença de periodontite é existência de regiões onde a gengiva sangra com facilidade. Muitas vezes as pessoas procuram ajuda do dentista quando percebem esse sangramento. Se você fuma, a vascularização da gengiva diminui bastante diminuindo a intensidade deste sintoma.

A redução da vascularização sanguínea na gengiva pode mascarar a doença periodontal. Você fica um pouco mais propenso ao desenvolvimento da Doença Periodontal e sem o sintoma do sangramento.

 A forma mais simples e precisa de diagnosticar a gengivite e a periodontite é através da sondagem periodontal. Nesse simples exame o profissional fica atento às regiões onde a gengiva sangra com facilidade.

É importante ressaltar que uma avaliação completa da saúde gengival deve ser feita por um profissional de saúde bucal, como um Cirurgião Dentista clinico geral ou um especialista em periodontia (periodontista). Esses profissionais podem identificar problemas gengivais precoces e fornecer o tratamento adequado.

Como está a saúde da sua gengiva?

Quais os sinais de uma Gengiva Doente?

Na maioria das vezes a gengivite não atinge todas as regiões. São pequenas áreas envolvendo 4 a 6 dentes.

Uma gengiva doente pode apresentar vários sinais e sintomas. Aqui estão alguns dos sinais mais comuns de doença periodontal, que é uma condição que afeta as gengivas e as estruturas de suporte dos dentes:

1. Sangramento: Gengivas saudáveis não sangram durante a escovação ou o uso do fio dental. Se você notar sangramento ao escovar os dentes ou passar o fio dental, pode ser um sinal de doença periodontal.

2. Inchaço: Gengivas inflamadas ou inchadas são um indicador de possível doença gengival. Elas podem parecer vermelhas ou roxas em vez da cor rosa saudável.

3. Sensibilidade: Gengivas doentes podem se tornar sensíveis e doloridas. Isso pode ocorrer ao comer, beber ou tocar nas gengivas.

4. Mau hálito persistente: A doença periodontal pode causar mau hálito crônico que não desaparece mesmo após a escovação dos dentes.

5. Retração gengival: À medida que a doença periodontal progride, as gengivas podem se retrair, expondo as raízes dos dentes. Isso pode levar à sensibilidade aumentada aos alimentos quentes ou frios.

6. Pus entre os dentes e as gengivas: Em casos mais avançados de doença periodontal, pode haver o acúmulo de pus ou detritos entre os dentes e as gengivas. Isso é um sinal de infecção e requer atenção odontológica imediata.

É importante notar que esses sinais não são exclusivos da doença periodontal e podem estar associados a outras condições. Se você estiver preocupado com a saúde das suas gengivas, é aconselhável marcar uma consulta com um dentista, que poderá fazer uma avaliação adequada e recomendar o tratamento apropriado.

Existem outros problemas que podem afetar as gengivas?

Bem, como você deve imaginar não é só a doença periodontal que traz danos à gengiva. Existem outras condições patológicas.

Como está a saúde da sua gengiva?

GENGIVO ESTOMATITE HERPÉTICA PRIMÁRIA

A Gengivoestomatite Herpética Primária ou GEHP é uma inflamação aguda da mucosa bucal, que se manifesta pela formação de agrupamentos de vesículas sobre uma base avermelhada.

Sua origem está associada ao Vírus do Herpes Simples, que, em certos momentos, desencadeia um novo ciclo inflamatório em condições subclínicas.

Os sintomas incluem irritabilidade, perda de apetite devido à dor e aumento dos gânglios linfáticos na região submandibular. Dentro de um período de 48 a 72 horas, desenvolvem-se numerosas vesículas sobre uma base avermelhada, que afetam as mucosas, lábios, língua, gengiva e palato. Posteriormente, essas vesículas se rompem, expondo as terminações nervosas e o tecido abaixo da epiderme, resultando na sensibilidade das áreas afetadas. Embora essa alteração possa ser muito desconfortável ele é transitória e sem gravidade.

ABSCESSO PERICORONÁRIO

Mais popularmente conhecido como Pericoronarite, é uma condição inflamatória que ocorre no capuz que recobre dentes parcialmente irrompidos, frequentemente afetando os terceiros molares inferiores. Esta situação pode assumir proporções perigosas, tornando imprescindível o uso de antibioticoterapia como medida de proteção.

O diagnóstico é estabelecido mediante avaliação clínica. Esses abscessos são desencadeados por dentes que não conseguem emergir completamente, principalmente aqueles próximos ao ramo ascendente da mandíbula, ou devido à existência de um sulco distal excessivamente profundo. Ademais, o trauma mecânico proveniente do dente antagonista também pode ser um fator contribuinte.

Enfim, os sinais e sintomas incluem uma área avermelhada e brilhante, inchaço variável, acometimento do assoalho bucal e da faringe, sulco aprofundado, trismo, aumento dos gânglios linfáticos, além de febre e sensação de mal-estar.

Assim, os riscos e complicações associados envolvem a propagação da inflamação para tecidos adjacentes, que por sua natureza flácida podem permitir uma difusão fácil, podendo culminar em uma condição perigosa conhecida como Angina de Ludwig, a qual pode ser fatal em casos extremos. Haja vista que, há um risco potencial de óbito associado a essa condição. Portanto, é crucial a pronta intervenção médica, que frequentemente inclui antibioticoterapia, para prevenir as complicações mais severas e proteger a saúde do paciente. Então não deixe isso piorar.

Como está a saúde da sua gengiva?

Gengivite Ulcero Necrosante

Gengivite Ulcero Necrosante (GUN ou GUNA) é uma condição que foi identificada pela primeira vez durante a 1ª Guerra Mundial, ganhando notoriedade por ser associada a má higiene, tabagismo e estresse, sendo popularmente chamada de “boca de trincheira”.

Os pioneiros Plaut (1890) e Vincent (1892) foram os primeiros a detalhar o papel das bactérias nesse quadro. A doença tende a afetar adultos jovens, predominantemente do sexo masculino, com idades entre 17 e 30 anos. Fatores como o tabagismo e o estresse geralmente estão presentes, frequentemente surgindo a partir de uma gengivite pré-existente.

A etiopatogenia da condição envolve a interação complexa de diversos fatores:

1. Microorganismos:  bactérias da classe espiroquetas e bastonetes gran-negativos são patognomônicos da Gengivite Ulcero Necrosante.

2. Tabagismo: Promove vasoconstrição periférica e diminui a quimiotaxia, contribuindo para a progressão da doença.

3. Má Higiene: A higiene oral inadequada, incluindo placa, matéria alba e cálculo, desempenha um papel significativo.

4. Trauma físico: Trauma às gengivas pode agravar a situação.

5. Fatores Sistêmicos: O estresse emocional, fumo, fatores imunológicos e alterações na quimiotaxia também contribuem para o desenvolvimento da condição.

A condição é caracterizada por dor em resposta a estímulos físicos, químicos e térmicos, devido à exposição do tecido conjuntivo resultante da necrose. A manifestação dolorosa pode ser localizada ou generalizada.

Como está a saúde da sua gengiva?

Fatores Sistêmicos Relacionados

A resposta ao estresse pode levar à liberação de epinefrina pelas glândulas supra-renais, causando vasoconstrição periférica e aumento dos corticosteroides circulantes, o que inibe a atividade dos linfócitos e diminui a quimiotaxia. O cigarro, por sua vez, também produz vasoconstrição periférica e afeta a quimiotaxia.

É importante notar que o surgimento da AIDS contribuiu para um aumento na incidência da Gengivite Ulcero Necrosante, sendo que o tratamento pode ser menos eficaz nesses casos.

Dor a estímulos físicos, químicos e térmicos – ou seja, diversos estímulos. Nesse sentido, em termos de diagnóstico, a dor intensa é um sintoma chave. Afinal, a destruição da camada epitelial, resultante da necrose, expõe o tecido conjuntivo subjacente. Entretanto isso pode ser localizado ou generalizado no tecido gengival.

Câncer Bucal

Sobretudo, o risco de câncer bucal relacionado ao uso de próteses mal adaptadas como dentaduras ou próteses parciais removíveis e outros fatores irritantes não pode ser subestimado. Ademais a fricção e pressão excessivas sobre a mucosa oral, resultando em feridas crônicas ou úlceras, pode potencialmente desencadear o desenvolvimento de câncer.

Analogamente a presença de fatores irritantes, como tabaco e álcool, em combinação com o trauma crônico das próteses mal adaptadas, pode criar um cenário propício para a mutação celular e o crescimento de células cancerosas. Portanto a detecção precoce é crucial na prevenção e no tratamento eficaz do câncer bucal.

Próteses removíveis possuem um “prazo de validade” – recomenda-se a substituição por novas próteses a cada 5 anos.  Contudo, existem casos de pessoas e não são raros, que permanecem com a mesma prótese por 30 anos. Porém isso é totalmente desaconselhado. Além disso, a adoção de práticas de higiene das próteses  também é uma medida prevenção contra o câncer. Então, cuida limpeza das próteses também.

Como está a saúde da sua gengiva?

Quando é que acende a luz amarela?

Finalmente, esteja atento ao sangramento espontâneo da gengiva e a feridas que não cicatrizam por mais de 2 semanas. Ademais, procure notar algum eventual aumento de queratinização que provoque manchas brancas na mucosa.

Sobretudo, a melhor maneira de prevenir o início e a progressão da doença periodontal é Técnica de Escovação de Bass e o Uso do Fio Dental. Portanto aprenda a executar essas tarefas de maneira eficiente.

Procure ajuda.

Autor: Nivaldo Pinho Gonçalves,  Periodontista, CROSC 9696.

refer JAN, Lindhe; LANG, Niklaus P.. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 6. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018, 1292 p.

1 comentário em “Como Está a Saúde da Sua Gengiva?”

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