Kids, Teens e a Dentição Mista: Aos 6 anos de idade surge o 6º dente no final da arcada. Este dente é o primeiro molar permanente! Não é dente de leite, não vai trocar. É pra ficar até o fim da vida. Até ali, só havia dentinhos pequenos bonitinhos.
Não mais que de repente, aparece um patinho feio: Ele é maior do que todos e tem uma coloração mais forte, mais escura do que todos da primeira dentição. Seu aspecto é mais robusto, mais forte. Ele inaugura a fase da dentição mista.
Na dentição mista, nós veremos a coexistência de dentes decíduos e permanentes. Mas aos poucos os decíduos vão sendo substituídos pelos permanentes. Finalmente aos 12 anos de idade, 28 dentes permanentes terão substituídos os 20 decíduos.
Kids, Teens e a Dentição Mista

A princípio, a primeira dentição – dentição Decídua – chamada carinhosamente de “dentição de leite” é formada por 20 dentes, 10 na maxila e 10 na mandíbula. Em cada hemi-arco nós temos 1 incisivo central, 1 lateral, 1 canino e 2 molares. Os dentes de leite começam a erupcionar durante os primeiros 6 meses de vida. Aos três anos e meio aproximadamente já está completa. Mas dos 6 para 7 anos surge um estranho no ninho: O primeiro dente permanente quef vai erupcionar um de cada lado da boca, na maxila e na mandíbula.

Kids, Teens e a Dentição Mista
Dentição Mista
Então, a partir desse momento até os onze anos quando o último dente decíduo exfoliar (cair) nós estaremos no período da “dentição mista” por ser composta por dentes temporários e dentes permanentes. A quantidade de dentes permanentes vai aumentando enquanto os de leite vão caindo até completar 28 dentes aos 12 anos de idade. Então, só a partir dos dezessete anos em diante vai surgir o terceiro molar e a dentição permanente completa estará com 32 dentes.
Sobretudo, quando nasce o primeiro molar, a criança está numa idade (6 anos) que os pais não fazem ideia que já tem um dente permanente na boca. Isso pode ser um problema, porque além dos pais não perceberem a chegada dele, nessa idade a criança não tem uma boa coordenação motora para conseguir escovar de modo eficiente e infelizmente muitas vezes esse dente acaba por chegar na adolescência cariado. Algumas vezes tem que passar por tratamento de canal..
Por fim, com grande frequência esse dente é perdido em consequência do alto grau de destruição sofrido nos primeiros anos seguidos à erupção. Contudo é um dente importantíssimo na mastigação. Ele é uma das “colunas” sobre a qual a organização da articulação entre a maxila e mandíbula vai se estabelecer. A perda deste elemento pode determinar se uma criança vai precisar ou não de aparelho ortodôntico e trazer consequências para o resto da vida.
Kids Teens e a Dentição Mista: Informações importantes sobre a dentição mista:
Cronologia normal de erupção dos dentes permanentes
Primeiros molares inferiores e superiores (aos 6-7 anos)
Incisivos centrais e laterais inferiores (aos 6-8 anos)
Incisivos centrais e laterais superiores (aos 7-8 anos)
Primeiros pré-molares inferiores e superiores (aos 9-10 anos)
Caninos superiores e inferiores (aos 9-12 anos)
Segundos pré-molares inferiores e superiores (aos 10-12 anos – Os 1ºs e 2ºs molares decíduos serão substituídos pelos 1ºs e 2ºs pré-molares permanentes)
Segundos molares inferiores e superiores (aos 11-13 anos)
Terceiros molares, também conhecidos como “sisos” (geralmente entre os 17-25 anos)

Perda dos dentes de leite: À medida que os dentes permanentes erupcionam, os dentes de leite começam a amolecer e eventualmente caem. Naturalmente isso ocorre devido à reabsorção das raízes dos dentes de leite e à pressão exercida pelos dentes permanentes em crescimento por baixo dos decíduos.
Kids Teens e a Dentição Mista
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Cuidados durante a dentição mista:
A fase da dentição mista talvez seja a mais crítica quanto à ameaça da Cárie. É quando os jovens vão se tornando mais independentes na escolha e nos horários de alimentação e onde mais dificilmente serão supervisionados. Nessa época a frequência à escola e a distância dos pais trará grande chance de preferirem alimentos com maior poder cariogênico e não terem ainda a responsabilidade de cuidar com a escovação.
Existe o agravante de que durante os primeiros 5 anos de erupção do dente permanente existe o período chamado de “Maturação do Esmalte” que é um processo bioquímico que acontece na superfície dental. Enquanto esse processo não avança o dente recém erupcionado é mais vulnerável ao ataque dos ácidos da placa bacteriana.
A erupção dos pré-molares e molares traz também a presença dos sulcos denominados fóssulas e fissuras – são as famosas covinhas presentes na superfície de trituração dos alimentos (face oclusal). Esse lugar é o principal ponto vulnerável à cárie. Como pode ver na foto da Figura 2, a profundidade de tais sulcos contribui para guardar amido e outros alimentos calóricos e torna difícil a eficácia das cerdas da escova.

Cáries nos dentes permanentes e nos decíduos
Essa é a faixa etária mais ameaçada pelas cáries. Além de instituir métodos de boa higiene bucal e manter a disciplina, na odontologia existe um método para ajudar a prevenir as cáries na superfície mastigatória, esse método chama-se Aplicação de Selante de fóssulas e fissuras. O que é isso?
Nos dentes molares e pré-molares nós encontramos aquelas covinhas onde os alimentos são triturados. Essas covinhas podem ter sulcos muito profundos onde a escova dental não alcança. Consequentemente a fermentação que as bactérias trarão sobre amido e açúcares ali depositados, ao final de algum tempo levarão ao desenvolvimento de lesões de cárie.
Este é o tipo de cárie mais comum. As cáries das covinhas de mastigação.
O selante pode ser aplicado em duas situações:
Técnica não invasiva: aplica-se o selante sobre as áreas de cicatrículas e fissuras sem o preparo mecânico com motorzinho do dentista, ou seja, onde a superfície dentária não sofreu o ataque das cáries ainda.
Técnica invasiva: é necessário abrir um pouquinho com o motorzinho do dentista pra ter certeza que não existe cárie profunda ou apenas para remover uma cárie que esteja bem pequena ainda, onde e o dente possui cicatrículas escurecidas.
É uma técnica de baixo custo, não é necessário anestesiar. Conserva as estruturas naturais do dente. O selante faz liberação de flúor protegendo as áreas vizinhas e é da cor do dente.
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Problemas comuns durante a dentição mista:
Atraso na erupção dos dentes permanentes: Em alguns casos, os dentes permanentes podem demorar mais para erupcionar do que o esperado. Se houver preocupações nesse sentido, é aconselhável consultar um dentista.
Agenesia dentária: Em alguns casos, um dente permanente pode não se desenvolver para substituir um dente de leite. Isso é conhecido como agenesia dentária e pode exigir intervenção odontológica, como próteses ou implantes dentários.
Má oclusão: Às vezes, os dentes permanentes podem não se alinhar adequadamente com os dentes de leite remanescentes, resultando em problemas de oclusão. Assim, o dentista pode recomendar um tratamento ortodôntico se a má oclusão for significativa.
Tipos e Gravidades das Maloclusões

A falta de alinhamento pode ser um desvio mais leve limitado apenas ao posicionamento dos dentes permanentes que vão gradativamente substituindo dos de leite. Mas pode acontecer de certas discrepâncias ósseas se manifestarem tornando esses desvios mais severos, levando aos cruzamentos de mordida, onde a relação entre dentes superiores da maxila e inferiores da mandíbula se inverte.
O que queremos dizer com “inverter”? Um dos fundamentos de uma relação oclusal normal é o fato de que os dentes superiores se posicionam sempre cobrindo os inferiores. Ou seja, as pontas dos dentes inferiores ficam escondidas pelas incisais dos dentes superiores.
Posteriormente, este tipo de cruzamento pode atrofiar o crescimento da maxila superior levando à formação do tipo Palato em Ogiva, ou um crescimento mandibular que leva a um perfil facial desfavorável, conhecido como Classe III de Angle.
Respiração Bucal
A respiração bucal, que ocorre quando uma criança ou adolescente respira principalmente pela boca em vez do nariz, pode ter impactos significativos no desenvolvimento facial e no crescimento maxilo-mandibular. Isso pode estar relacionado a problemas como rinites e congestionamento nasal. Vamos explorar esses problemas em mais detalhes:
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1. Desenvolvimento Facial Desfavorável:
A respiração bucal crônica pode levar a alterações no desenvolvimento da face, resultando em características como uma mandíbula retraída, um queixo mais estreito e uma boca entreaberta. Essas mudanças podem afetar a estética facial e a harmonia das estruturas faciais.
2. Má Oclusão Dentária:
A respiração bucal pode interferir no correto alinhamento dos dentes e na mordida, levando a problemas de má oclusão, como sobremordida, mordida aberta ou mordida cruzada. Isso pode requerer tratamento ortodôntico para correção.
3. Crescimento Maxilo-Mandibular Comprometido:
A respiração bucal inadequada pode afetar o crescimento normal dos ossos maxilares e mandibulares. A pressão da língua no céu da boca desempenha um papel importante no desenvolvimento adequado desses ossos. A respiração bucal pode causar um desequilíbrio nessa pressão, resultando em um crescimento maxilo-mandibular alterado.
4. Alterações Musculares:
A respiração bucal pode levar ao enfraquecimento dos músculos faciais e da língua, uma vez que esses músculos não estão sendo usados corretamente durante a respiração. Isso pode influenciar negativamente no desenvolvimento da musculatura facial e na posição da mandíbula.
5. Rinites e Congestionamento Nasal:
Problemas nas vias aéreas superiores, como rinites alérgicas ou congestão nasal crônica, podem levar a uma maior probabilidade de respiração bucal, já que a respiração pelo nariz fica dificultada. Semelhantemente, congestionamento nasal constante pode criar um ciclo vicioso, perpetuando a respiração bucal e agravando os problemas de desenvolvimento facial e maxilo-mandibular.
6. Alterações na Postura Corporal
A respiração bucal pode influenciar a postura corporal, uma vez que a maneira como a criança mantém a cabeça e os ombros pode ser afetada pela tentativa de facilitar a respiração. Além disso disso pode contribuir para desequilíbrios posturais.
Enfim, é importante destacar que esses problemas podem variar em gravidade e impacto de pessoa para pessoa. O tratamento adequado pode incluir a identificação e tratamento das causas subjacentes da respiração bucal e a abordagem de especialistas como otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos e ortodontistas para ajudar a corrigir os problemas de desenvolvimento facial e maxilo-mandibular associados à respiração bucal.
Portanto, preste atenção a estes sinais no seu filho: Observe quando ele estiver dormindo ou mesmo distraído vendo televisão. Observe se ele respira sempre pelo nariz. Registre a frequência e a duração de episódios de crises de rinites ou gripes. Uma crise prolongada pode dar início a um mal hábito respiratório. Procure ajuda.
Autor: Nivaldo Pinho Gonçalves, Periodontista, CROSC 9696.
sugestão: https://pt.scribd.com/document/230656164/Moyers-pdf
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